A Ciranda é uma expressão cultural participativa, coletiva e espontânea, que envolve música, dança e canto. A origem da Ciranda de roda remonta ao período colonial, influenciada pela cultura indígena, africana e europeia. Ela se desenvolveu nos estados do Nordeste, sobretudo em Pernambuco, e está hoje difundida por todo o Brasil, sendo encontrada em festas populares, celebrações religiosas, encontros comunitários, festivais, entre outros.

Em forma de uma roda, reúnem-se uma diversidade de dançantes, de todas as idades, que se movimentam em círculo com as mãos dadas. Os movimentos da ciranda de roda são leves, graciosos e coordenados, os participantes dançam deslocando-se para a direita ou esquerda, acompanhando o ritmo da música. A Ciranda tem um forte senso comunitário e é entendida como uma forma de celebração da diversidade, união, inclusão social e fortalecimento do espírito coletivo. Além disso, desempenha um papel importante na preservação e valorização das tradições locais e regionais.

A mais célebre cirandeira do país é Lia de Itamaracá, que desde criança canta e compõe Ciranda em Itamaracá, Pernambuco. Gravou seu primeiro disco no final da década de 1970, mas apenas vinte anos depois passou a ser reconhecida nacionalmente e, desde então, participa de apresentações em todo o Brasil e no exterior. Lia de Itamaracá é a principal expoente e difusora da Ciranda pelo mundo e já recebeu diversos prêmios, títulos e homenagens, sendo considerada Patrimônio Vivo da Cultura de Pernambuco.