Candomblé
O Candomblé é uma religião afro-brasileira em que se pratica o culto de divindades de origem africana denominadas Orixás e/ou espíritos ancestrais conhecidos como Eguns. Apesar de ter nascido na Bahia, no século XIX, o candomblé foi formado a partir da mistura das religiões tradicionais trazidas para o Brasil pelos escravizados africanos, a maioria deles Iorubás, Fons e Bantus, vindos de países da África Ocidental, como Nigéria, Benin e Togo.
Os cultos do Candomblé são realizados em templos denominados terreiros (ou Ilês), administrados por sacerdotes chamados babalorixás e sacerdotisas chamadas ialorixás. Um ritual central envolve praticantes tocando tambores, cantando e dançando para os Orixás. Os terreiros são autônomos e podem ser divididos em nações, que constituem diferentes segmentos da religião, e se diferenciam entre si por seus rituais, cantos e vestimentas. Entre as diferentes nações encontradas no Brasil podemos citar as tradições Nagô, Angola, Ijexá, Jeje, Ketu e Xambá. Em Pernambuco, o culto aos Orixás é chamado de Xangô ou Nagô Pernambucano, em homenagem ao Orixá Xangô, e representa o recorte desta pesquisa.
Os terreiros de Xangô representam um marco da resistência negra em Pernambuco. O Xangô de Pernambuco é a designação genérica das cerimônias religiosas de Candomblé no estado. Foi iniciado por Ifátinuké (Tia Inês), uma nigeriana originária da cidade de Oyó, que veio para Pernambuco junto com seu companheiro e outros negros africanos, e fundou o Ilê Obá Ogunté Sítio de Pai Adão em 1875, no Recife. O terreiro recebe este nome em homenagem a um de seus sacerdotes, Pai Adão foi um dos maiores propagadores do nagô pelo Recife, ajudando a fundar outros terreiros e tornando-se referência na cidade. O Ilê Obá Ogunté é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco e do Brasil e, até os dias de hoje, é responsável pela difusão e resistência da língua Iorubá, mantendo vivas a tradição da língua, cânticos e rituais.
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