Caboclinho
Elementos de dança e música compõem esta expressão da cultura popular pernambucana, também chamada de Cabocolinho. Foi registrado pela primeira vez em nações indígenas do Nordeste, no ano de 1584, e é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A prática, marcada por uma forte presença religiosa afro-indígena-brasileira, está ancorada principalmente no culto à Jurema, com entidades espirituais denominadas Caboclos.
São formados por grupos fantasiados de indígenas que, ao som de pequenas flautas (gaitas), dançam um bailado ritmado pelas ruas das cidades nordestinas no período carnavalesco. Os componentes se vestem com saias de penas, colares e cocares vistosos e adereços nos braços e tornozelos, suas indumentárias são também ornamentadas com lantejoulas, miçangas e pedras.
O bailado é marcado pelos estalidos secos das preacas (arco e flecha) e é formado por duas fileiras de brincantes que carregam as preacas, representando nações indígenas em combate e fazendo ricas evoluções, abaixando-se e levantando-se com agilidade. Além das lutas guerreiras, a dança também simula trabalhos agrícolas ou rituais de caça, remetendo à vida dos indígenas.
A performance e a indumentária podem variar entre os grupos, entre regiões ou até mesmo dentro de uma mesma localidade. Os personagens também podem mudar de nome, mas, em regra, são encontrados reis e rainhas; curumins; caboclo chefe; mestre; contramestre; casal de caciques; curandeiro; mãe e pai dos curumins; mãe da tribo; pai da tribo; bandeirista; pajé; pé de bandeiras; puxantes; tenente e capitão; caboclo espião; feiticeiro; porta-estandarte e porta-bandeira; caboclo de frente; tapuias; perós; e caboclo e cabocla.
A música apresenta uma sonoridade singular, tanto pelos instrumentos utilizados – alguns exclusivos dos Caboclinhos – quanto pelos aspectos musicais (ritmo, melodias, etc.).
Instrumentos